O novo estúdio: A continuação da saga de Josef Climber

Eis que então, como eu vinha contando… Pera, não sabe o que eu estava contando? Comece daqui pra entender.

Mas eis que então, eu estava como se diz popularmente, “no mato sem cachorro“. Eu precisava me mudar, e tinha pouco tempo pra isso, mas antes, era necessário o fundamental, saber “pra onde”. Felizmente, o caminho se abriu pra mim, como que por mágica. Ok, mágica é o caralho, eu chorei as pitangas pra todo mundo, e veio em meu socorro o meu amigo Américo Lobo, que já fez participação especial aqui no post da minha viagem a Manaus. o Americo logo falou com a Sandra, que é mãe dele e também minha amiga (lição importante pra vida: Tenha amigos!) que imediatamente aliviou minha tensão dizendo que eu poderia estocar minhas tralhas na casa dela, no meio da mata atlântica, pertinho do lugar onde eu tinha o estúdio e fui chutado à revelia. Felizmente, a Sandra tinha uma amiga, que era vizinha dela e estava planejando alugar uma casa. Coincidência ou sincronicidade?

Eu fui la visitar e soube que a Adriana estava querendo alugar a casa dela porque havia reformado uma outra casa nos fundos, que antes era um estúdio de cinema, pra onde ela planejava se mudar. A parte interna da obra havia terminado há poucos dias, e quando eu vi, senti novamente o “é aqui!” ecoar na minha mente. Assim, kkkk, deu ruim no sonho da Adriana, porque em vez dela se mudar pra casa nova recém finalizada, eu que me mudei pra lá com minhas coisas e ela continuou na casa dela pra poder me ajudar. Veja que pessoa iluminada, maluco!

"A vida é uma caixinha de surpresas"... A continuação da saga de Joseph Climber

A casa nova era um estilo loft, com uma área de conceito aberto em baixo e dois cômodos em cima divididos por uma parede. Colunas e vigas de 250 anos, provavelmente feitas por escravos, decoravam o espaço. Uma escada de madeira no canto levava para o segundo piso, onde fiz a sala de ilustração, computadores e impressoras 3d, ao lado da sala de modelagem e pintura. A parte de baixo ficou pra marcenaria, mesa de montagem e projetos grandes.

"A vida é uma caixinha de surpresas"... A continuação da saga de Joseph Climber
Ta meio bagunçado aqui pq ainda estava arrumando e não tive tempo de fazer fotos direito.

E foi assim que eu consegui um estúdio ainda maior, pertinho do anterior, no meio da exuberante mata atlântica, repleto de espaço para criar tudo que eu bolar, pelo mesmo valor que eu pagava antes, num lugar fantástico e o melhor, entre duas amigas. De vez em quando, nos encontramos para falar sobre todos os assuntos imagináveis, e até nos inimagináveis.
Tem até um ribeirãozinho que passa na porta do meu novo estúdio.

"A vida é uma caixinha de surpresas"... A continuação da saga de Joseph Climber
Olha a vista da sala de 3d

Agora vem a cereja do bolo: A porta do estúdio, era uma porta antiga, de demolição, feita em pinho de riga com duas folhas, bem legal, mas ela tinha um problema de maçaneta, e tal, não fechava direito… Eis então que eu fui procurar uma porta nova pro estúdio, e roda pra cá, roda pra lá, era tudo caríssimo. Muito fora do meu alcance financeiro. Mas então, dei de cara com um sujeito vendendo uma porta no OLX. Era uma porta toda trabalhada com um dragão esculpido nela. Estava pedindo 150 reais. Sim, 150 reais por uma porta maciça esculpida à mão, com um DRAGÃO!

Fiquei louco. Fui atras do cara, mas soube que no dia anterior ele tinha… Vendido a porta. Quase chorei, maluco. Era talvez a sina do Josef Climber? Não. O cara então me disse que tinha MAIS UMA! Mas havia um problema: a porta tinha “caído” e quebrado o dragão. Mas como o dragão estava quebrado, ele me vendeu a porta por cem merréis! Cem. 100!
Compramos a porta e realmente o dragão estava irremediavelmente fodido. Mas ora bolas, eu sou escultor e fazedor de maluquice. Dragão a gente faz até dormindo! Assim, peguei epóxi e refiz o dragão da porta, que para nosso espanto, descobri que é uma porta recurvada, provavelmente do século dezoito, possivelmente importada de Portugal que sabe-se lá como, foi parar no subúrbio do Rio. Infelizmente, não fiquei com a antiguidade original, mas tudo bem, foi por cem merréis, e agora é o MEU dragão.

"A vida é uma caixinha de surpresas"... A continuação da saga de Joseph ClimberEssas madeiras retas aí no fundo vão sair e vai entrar um vidro curvo ou vitral. To decidindo ainda.

Então basicamente é isso, já arrumamos o estúdio todo e está finalizando a obra externa, fazendo a varanda, e ainda vamos criar o paisagismo lá fora. Ja comprei mais de 14000 sementes de flores (não é figura de linguagem) e essa parada vai ficar maneira!

É como diz o esquete do Josef Climber, “A vida? Ah, a vida é uma caixinha de surpresas”.

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